Pode parecer estranho, mas ainda hoje muita gente se surpreende ao ver uma mulher liderando uma montadora, desenvolvendo tecnologias automotivas ou gerenciando times em oficinas mecânicas.
Mas o cenário está mudando, e rápido.
Nos últimos anos, o número de mulheres no setor automotivo cresceu de forma consistente.
A Volkswagen do Brasil tem sido um dos exemplos mais claros de avanço estruturado quando o assunto é equidade de gênero. Em 2022, 18,3% dos cargos de liderança na empresa já eram ocupados por mulheres, o que representou um crescimento de 22% em relação ao ano anterior.
Isso ainda é pouco? Sim. Mas também é um sinal claro de avanço.
O mercado não pode mais ignorar esse movimento. Grandes empresas como Ford, Stellantis e Bosch já entenderam que diversidade não é discurso, é diferencial competitivo.
E o que mais chama atenção? Não é só uma questão de inclusão por quotas. É competência mesmo.
Seja na linha de produção, no design, no marketing ou no pós-venda, elas estão mostrando serviço. E quem acha que isso é só “modinha de RH” está perdendo uma grande chance de evoluir junto com o setor.
Se você trabalha com peças, mecânica, gestão ou vendas, ou visita eventos como a RIOPARTS, já deve ter percebido: tem muita mulher boa fazendo história.
E o melhor ainda está por vir.
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A importância da diversidade e inclusão no setor automotivo
Diversidade e inclusão não são mais palavras bonitas em discursos de RH.
No setor automotivo, elas têm se mostrado verdadeiras alavancas de inovação, produtividade e resultado.
Empresas diversas pensam diferente.
E pensar diferente, especialmente em um setor historicamente engessado, é o que separa líderes de seguidores.
Um relatório da Boston Consulting Group apontou que empresas com equipes mais diversas inovam até 19% mais do que as demais.
No caso do automotivo, isso significa encontrar soluções melhores, lançar produtos mais eficientes e atender melhor às necessidades de consumidores cada vez mais exigentes. A diversidade de gênero, por exemplo, traz visões complementares sobre segurança, design e até pós-venda.
Já reparou como, por muito tempo, os carros pareciam feitos por e para homens?
Pois é, isso está mudando. E adivinha quem está ajudando nessa virada?
Mulheres engenheiras, gestoras, designers e técnicas têm participado do desenvolvimento de veículos mais acessíveis, funcionais e seguros para todos os perfis. E isso reflete diretamente no bolso da empresa.
Mais visão = menos erro = mais retorno.
Mas diversidade sem inclusão é só enfeite. Não adianta contratar mulheres se elas não são ouvidas, promovidas ou respeitadas.
É aí que entram os programas DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão).
A Mercedes-Benz, por exemplo, criou o projeto Diversity on Track, que atua com treinamentos, grupos de afinidade e metas claras para equilíbrio de gênero.
A Renault tem o Women@Renault, com foco no desenvolvimento de lideranças femininas em todos os níveis.
Já a Volkswagen reforçou suas ações com o compromisso público de aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança até 2030.
Esses programas são bons para o clima organizacional, claro, mas o principal: eles geram resultado.
Equipes plurais identificam riscos mais cedo, tomam decisões com mais responsabilidade e se comunicam melhor com o mercado.
A equação é simples.
E se sua empresa ainda não tem nada parecido, vale olhar com atenção.
Não por modismo, mas porque está ficando difícil competir com quem já entendeu que inclusão é estratégia, e não cortesia.
O papel das mulheres em áreas técnicas e de liderança
Durante muito tempo, dizer que uma mulher era engenheira automotiva era quase motivo de espanto.
Hoje, isso já virou parte da paisagem, e ainda bem.
A presença feminina em áreas técnicas como engenharia mecânica, elétrica e automação tem crescido de forma constante.
Um levantamento do MEC mostrou que a participação de mulheres em cursos de engenharia no Brasil aumentou mais de 40% nos últimos dez anos. Esse movimento começa nas universidades e ganha força nas fábricas, centros de pesquisa e até na gestão das grandes montadoras.
E não é só número. É qualidade também.
E nas fábricas? O cenário também está mudando.
Em empresas como Toyota e Honda, já é comum encontrar mulheres comandando linhas de produção, supervisionando qualidade ou liderando times de manutenção.
Essas funções exigem precisão, tomada de decisão rápida e domínio técnico.
Tudo que elas entregam com excelência.
E o melhor: com uma abordagem muitas vezes mais colaborativa, o que melhora a comunicação e o desempenho da equipe como um todo.
A verdade é que empresas que ainda insistem em manter a liderança fechada em um único perfil perdem inovação, perdem agilidade e, claro, perdem talentos.
Não existe setor que cresça com visão limitada.
E o setor automotivo, ao abrir espaço para mulheres nas áreas técnicas e de liderança, está ajustando o retrovisor para enxergar melhor o futuro.
A presença feminina em eventos automotivos e feiras de autopeças
Se até alguns anos atrás era raro ver mulheres em peso nas feiras automotivas, hoje o cenário mudou.
E mudou para melhor.
Cada vez mais, elas estão não só visitando estandes ou acompanhando colegas, estão palestrando, negociando, representando marcas, fechando parcerias e mostrando que entendem (e muito) do setor.
A participação feminina nesses eventos deixou de ser discreta para se tornar estratégica.
E isso tem um efeito cascata: incentiva outras mulheres a participarem também.
Feiras como a RIOPARTS acompanham esse movimento com entusiasmo.
Afinal, o setor de autopeças se fortalece quando é representado por todos que fazem parte dele. A diversidade presente no chão de fábrica, nos balcões e nos escritórios precisa estar refletida também nos corredores da feira.
Por isso, deixamos aqui o convite: se você é mulher e atua no setor automotivo, sua presença na RIOPARTS é mais do que bem-vinda, é essencial.
Venha conhecer fornecedores, fechar negócios, assistir palestras e, claro, fazer networking com outras profissionais que estão moldando o presente (e o futuro) do mercado.
A RIOPARTS não é só uma vitrine de inovação técnica. É um ponto de encontro para quem quer crescer, aprender e fazer parte da transformação que já está em andamento.
E, sejamos justos: essa transformação só acontece de verdade com a força, inteligência e visão das mulheres que movem o setor.
O futuro da mulher no setor automotivo: tendências para 2025 e além
Se o presente já mostra uma mudança concreta, o futuro promete um avanço ainda mais acelerado na presença das mulheres no setor automotivo.
E não estamos falando de previsões vagas.
No Brasil, com o incentivo à formação técnica e o fortalecimento de políticas de inclusão, essa curva tende a seguir no mesmo ritmo.
Mas onde exatamente estão as maiores oportunidades?
1. Engenharia de software automotivo – Com a digitalização dos veículos e o avanço da eletrificação, áreas como inteligência embarcada e integração de sistemas têm ganhado destaque. Empresas buscam profissionais com visão sistêmica e atenção ao detalhe — características comuns entre as engenheiras que estão entrando no mercado agora.
2. Sustentabilidade e mobilidade elétrica – Startups e grandes montadoras estão apostando em soluções sustentáveis, e isso abre espaço para mulheres com perfil inovador e voltado para ESG. Aliás, muitas dessas iniciativas já são lideradas por elas.
3. Pós-venda e experiência do cliente – Aqui, o foco é menos técnico e mais comportamental. E quem entende de gente, entende de cliente. Muitas líderes do setor vêm se destacando nesse campo, otimizando a relação entre marcas e consumidores.
4. Gestão de equipes e operações – Com uma nova geração mais aberta à diversidade, é natural que as mulheres assumam mais posições de liderança operacional. Empresas que investem em equilíbrio de gênero relatam ambientes mais colaborativos e produtivos.
Tudo isso não é tendência de rede social. É mercado. É realidade.
Seja atuando com tecnologia, inovação, gestão ou atendimento, as mulheres têm espaço, e agora também têm visibilidade.
O importante é que haja continuidade, investimento e, principalmente, oportunidades reais para que esse crescimento seja sustentável.
E se a sua empresa ainda está observando de fora, é hora de entrar no jogo.
Porque o futuro não espera.
E o setor que souber reconhecer isso primeiro vai sair na frente, com elas liderando o caminho.
Como incentivar a participação feminina no setor automotivo
Se a presença das mulheres no setor automotivo já cresce, o próximo passo é garantir que esse crescimento seja consistente, valorizado e bem estruturado.
E isso não acontece por mágica. Acontece com ação.
Empresas e instituições que desejam ver mais mulheres atuando, e crescendo, no setor precisam sair do discurso e partir para a prática.
Aqui vão algumas estratégias que funcionam:
1. Recrutamento inclusivo desde o início
Começa na vaga. A forma como uma oportunidade é anunciada pode afastar ou atrair candidatas. Textos neutros, sem exigências desnecessárias ou linguagem enviesada, fazem diferença. Avaliar currículos com foco em competência e não em estereótipos também.
2. Programas de capacitação técnica
Treinar para o agora, mas também para o futuro. Investir em cursos internos, convênios com escolas técnicas e acesso a formações específicas abre portas para quem quer entrar e crescer na área. Não adianta exigir experiência de quem nunca teve oportunidade de tê-la.
3. Mentoria com propósito real
Ter com quem conversar, trocar ideia, pedir conselho. Mulheres que entram no setor com uma rede de apoio têm mais chance de se manter e evoluir. Programas de mentoria, formais ou não, ajudam a diminuir o medo e aumentar a confiança.
4. Liderança que dá o exemplo
Quando mulheres ocupam cargos de decisão, o recado é claro: aqui tem espaço. Ter lideranças femininas visíveis, acessíveis e reconhecidas inspira quem está começando e reforça que meritocracia precisa andar junto com oportunidade.
5. Políticas de equilíbrio entre vida e trabalho
Flexibilidade de horários, licença-maternidade respeitosa, suporte para retorno ao trabalho. Não é mimo, é estratégia. Empresas que entendem as necessidades específicas de suas colaboradoras têm menos rotatividade e mais engajamento.
6. Cultura interna saudável
O ambiente importa. Brincadeiras fora de hora, julgamentos, desigualdade de tratamento: tudo isso mina o potencial de qualquer profissional. Criar uma cultura de respeito, com canais seguros para denúncias e feedback constante, fortalece todos.
Incentivar a participação feminina não é favor. É inteligência operacional.
E quanto mais cedo as empresas perceberem isso, mais rápido verão os benefícios.
Na prática, quem investe em diversidade hoje está formando a equipe que vai liderar o setor amanhã.
E se a RIOPARTS é o ponto de encontro das grandes oportunidades, que ela também seja o lugar onde boas ideias viram ações concretas.
Conclusão: O caminho para uma indústria automotiva mais inclusiva
A estrada já começou a ser percorrida.
Vimos como as mulheres estão ganhando espaço no setor automotivo, nas fábricas, nos escritórios, nas oficinas, nos eventos e nas decisões.
Isso não aconteceu por acaso.
Foi resultado de talento, insistência, oportunidade e coragem.
Mas essa transformação só avança se houver vontade real de mudar.
E essa vontade começa nas escolhas do dia a dia: contratar sem preconceito, promover com critério, capacitar com igualdade, escutar com respeito.
Se você chegou até aqui, é porque acredita nesse caminho.
Então aqui vai o convite: faça parte da mudança.
Incentive o protagonismo feminino na sua empresa, apoie quem já está abrindo espaço e participe de eventos como a RIOPARTS, onde essa conversa se torna ação.
Uma indústria mais inclusiva não se constrói com promessas. Se constrói com atitude.
E atitude é o que o setor automotivo mais entende.